quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Livro digital aborda a atualidade da obra do jornalista Marcos Faerman


Ficou pronto o livro digital “A atualidade da obra do jornalista Marcos Faerman”, com depoimentos e artigos resultantes do Encontro Virtual com o mesmo título organizado pela Produtora VU e Revista Pobres & Nojentas no dia 18 de abril de 2023 pelo YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=xlgjJTDf788

Marcos Faerman nasceu em 5 de abril de 1943 em Rio Pardo (RS) e faleceu em São Paulo em 12 de fevereiro de 1999. Passados 80 anos de seu nascimento, o objetivo do Encontro Virtual foi refletir sobre a atualidade de seu fazer jornalístico, que marcou época na imprensa brasileira. Faerman foi jornalista, repórter, editor, administrador cultural e professor. Viveu grande parte de sua trajetória profissional durante a ditadura militar que tomou o Brasil em 1964, e participou, como criador, editor e repórter, de importantes publicações da imprensa alternativa, um importante espaço de resistência ao regime autoritário. Escreveu mais de 800 reportagens para o Jornal da Tarde, durante 24 anos. Tornou-se conhecido pela prática do chamado jornalismo literário, gênero que faz uso de técnicas narrativas da ficção no relato de histórias reais.

A obra de Faerman está reunida no site www.marcosfaerman.com.br por iniciativa de sua filha Laura e seu filho Julio.

No Encontro Virtual, com abertura de Laura Faerman, cinco expositores e expositoras falaram sobre diferentes aspectos da obra do jornalista. Para o livro, com 48 páginas, três dos cinco expositores e outros três autores, totalizando seis textos, abordam a trajetória e a obra de Marcos Faerman, mais uma vez buscando demonstrar a atualidade do fazer de um dos maiores jornalistas do país.

São os seguintes:

“Marcos Faerman, caminhando na margem”, de Elaine Tavares; “Eu tive um amigo”, de Estela Bagnis;  “Marcos Faerman e a mochila Tiger onde parecia caber um universo”, de Leonardo Fuhrmann; “O espaço na obra do jornalista Marcos Faerman”, de Míriam Santini de Abreu; "O visionário Marcos Faerman!”, de Neusa Maria Pereira, e “Apenas um homem”, de Raquel Moysés

Confira no link, disponível no site do IELA!

https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/251611/Livro%20em%20PDF.pdf?sequence=1&isAllowed=

Sobre os livros impossíveis



Na odisseia pessoal que é escrever uma tese, sempre há um momento que fica como ápice do esforço sintetizado ao longo de quatro anos. O meu foi a busca por esse livro de capa amarela, “A construção do espaço social”, de Carlos Sánchez-Casas, com 92 páginas.

A primeira vez que li sobre ele foi na Introdução escrita por Emilio Martínez Gutiérrez para a edição em espanhol do livro seminal de Henri Lefebvre, “A produção do espaço”, presente que recebi em 2016 de minha orientadora, Gislene da Silva, na volta de sua viagem de estudos pós-doutorais na Espanha. Até hoje esse livro não foi traduzido para o português e as edições em francês eram caras e difíceis de conseguir. Li 18 livros e artigos escritos por Lefebvre e outros 7 por comentaristas de seu legado teórico, todos geniais, mas é certo que o caminho para a tese eu encontrei em “A produção do espaço”.
O fato é que, na citada Introdução, Gutiérrez discorre sobre a obra de Lefebvre e, em certo trecho, cita e resume a alienação urbana e afirma que segue o esquema proposto por Carlos Sánchez-Casas, indicando o livro na Bibliografia. Aquilo era fascinante! Com o título, iniciei a busca pelo livro. Nada! Nem um único exemplar em algum lugar acessível. E nenhuma citação do livro em outras teses e dissertações.
O autor, arquiteto e pesquisador, é espanhol. Descobri e-mails, enviei mensagens para ele, mas nada. Verifiquei que a Biblioteca da Universidade Complutense de Madri possuía um exemplar, e então pedi auxílio na Biblioteca Central da UFSC, que enviou mensagens para a UCM buscando viabilizar a leitura. Em função dos direitos autorais, informaram não ser possível fazer PDF do livro todo, mas de um capítulo sim, e anexaram uma imagem do Sumário para que eu indicasse em qual capítulo estava a parte de meu interesse. Eram 17 e eu não fazia a menor ideia. Frustração tremenda!
Mas não me dei por vencida. Enquanto pesquisava, lia e escrevia, me dividindo entre trabalho e estudo, toda sexta eu fazia uma busca para ver se o livro aparecia em algum sebo. Passados meses, um dia ele apareceu. Estava à venda em www.todocoleccion.net (onde agora tem mais um!), um sebo espanhol. Meus colegas de trabalho acompanhavam a saga pelo livro e o querido Maykon Lopes fez o pedido com seu cartão internacional, porque eu não quis esperar um minuto para liberar o meu para compra.
O livro demorou a chegar, passaram-se semanas, e então descobri que precisava pagar uma taxa de importação para liberar a entrega pelo Correio, onde ele estava depositado.
Quando recebi, foi uma festa, até bolo comemos no serviço. Acho que ninguém aguentava mais me ouvir falar do livro!
Pois bem. O livro todo é fantástico, mas a parte que me interessava, sobre a alienação urbana, está no capítulo sete e tem cinco magníficas páginas.
Valeu a pena? Sim! Graças ao arquiteto Carlos Sánchez-Casas eu consegui fazer uma ponte para, a partir da gigantesca teoria do espaço de Lefebvre, analisar a cobertura jornalística sobre ocupações urbanas, objetivo da tese. E essas cinco páginas estão me ajudando a pensar no tema de um dos meus próximos livros, sobre a teoria da reportagem.
Tudo vale a pena quando a alma não é pequena!

Artigo analisa a inflexão ultraliberal na produção do espaço em Florianópolis


Foi publicado em setembro, no número 58 do “Cadernos Metrópole”, do Observatório das Metrópoles, artigo escrito pelo arquiteto e urbanista Lino Peres, por mim e pelo cientista social Fernando Calheiros. O volume tem como tema “Crise climática, cidades e reforma urbana”.

O artigo que escrevemos, intitulado “Cidade à venda: inflexão ultraliberal na produção do espaço em Florianópolis”, analisa o processo de produção do espaço urbano na capital catarinense a partir da articulação entre Estado, capital imobiliário e imprensa tradicional para atender aos interesses dos grupos dominantes locais e facilitar a expansão imobiliária. Para isso, foi necessário o desmonte dos órgãos e instrumentos públicos de planejamento e de fiscalização pela via da reforma administrativa. O ápice foi a aprovação da revisão do Plano Diretor em maio de 2023, ignorando as demandas dos movimentos populares. Esse processo se beneficiou das esferas econômica, política e ideológica, definidas como as principais formas de controle do espaço urbano, sob a égide da cidade-empresa. Contrapondo-se a isso, a capital catarinense é campo de lutas sociais pelo acesso à terra urbanizada e pelo direito à cidade.

O artigo está em https://revistas.pucsp.br/index.php/metropole/article/view/53690/43097?fbclid=IwAR3aqkzPkauXMmQ38-L7GrJ4YL5uAO6bbG3_63pWU8OlyAmN7gLJFJA_kEQ

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